O QUE É A ERLICHIOSE CANINA?
Conhecida popularmente como “doença do carrapato”, a Erlichiose é uma doença transmitida por carrapatos do gênero Rhipicephalus sanguineus (carrapato marrom do cão), muito comum em cães (seus hospedeiros principais) e rara em gatos. No entanto, a infecção também poderá ocorrer no momento de transfusões sangüíneas, através de agulhas ou instrumentais contaminados. O mesmo carrapato pode transmitir a babesiose, que em algumas situações pode ocorrer juntamente com a Erliquiose.
Sua incidência vem aumentando significativamente nos últimos anos, em todas as regiões do Brasil.
TRANSMISSÃO
A transmissão entre animais se faz pela inoculação de sangue proveniente de um cão contaminado para um cão sadio, por intermédio do carrapato.
QUAIS OS SINAIS CLÍNICOS DA ERLICHIOSE?
Os sintomas apresentados por um animal infectado dependem da reação do organismo à infecção. A Erlichiose pode se desenvolver em 3 fases.
Na 1ª, chamada fase aguda (onde o animal doente pode transmitir a doença e ainda é possível que se encontre carrapatos), os sintomas como febre, falta de apetite, perda de peso e uma certa tristeza podem surgir entre uma e três semanas após a infecção. É possível, também, que o animal apresente sangramento nasal, urinário, vômitos, manchas avermelhadas na pele e dificuldades respiratórias. Nessa fase, nem sempre o dono percebe os sintomas e, conseqüentemente, que o animal está doente.
Na fase subclínica, que pode durar de 6 a 10 semanas (sendo que alguns animais podem nela permanecer por um período maior), o cão é, aparentemente, saudável sem que apresente nenhum sintoma clínico, apenas alterações nos exames de sangue. Somente em alguns casos o cão pode apresentar sintomas como inchaço nas patas, perda de apetite, mucosas pálidas, sangramentos, cegueira, etc.
Na 3ª fase, chamada de fase crônica, os sintomas são percebidos mais facilmente como perda de peso, abdômen sensível e dolorido, aumento do baço, do fígado e dos linfonodos, depressão, pequenas hemorragias, edemas nos membros e maior facilidade em adquirir outras infecções.
COMO A ERLICHIOSE É DIAGNOSTICADA?
O diagnóstico é difícil no início da infecção pois os sintomas são semelhantes a várias outras doenças. A presença do carrapato e a ocorrência de outros casos da doença na região, podem ser importantes para se confirmar a suspeita clínica. O diagnóstico pode ser feito através de exame de sangue completo, visualização da bactéria em um esfregaço de sangue ou através de testes sorológicos mais sofisticados, realizados em laboratórios veterinários especializados.
COMO TRATAR?
Os critérios para o tratamento variam de acordo com a precocidade do diagnóstico, da severidade dos sintomas clínicos e da fase da doença que o paciente se encontra quando do início do tratamento. O tratamento na fase aguda pode durar até 21 dias e na fase crônica até 8 semanas.
QUAL O PROGNÓSTICO DA DOENÇA?
O prognóstico depende da fase em que a doença for diagnosticada e do início da terapia. Quanto mais cedo se diagnostica e se inicia o tratamento, melhores são as chances de cura. Em cães nas fases iniciais da doença, observa-se melhora do quadro clínico após 24 a 48 horas do início do tratamento.
COMO PREVINIR A DOENÇA?
A prevenção da doença é muito importante nos canis e no locais de grande concentração de animais. Devido a inexistência de vacina contra esta enfermidade, a prevenção é realizada através do tratamento dos animais doentes e do controle do vetor da doença: o carrapato. Para tanto, produtos carrapaticidas ambientais e de uso tópico são bastante eficazes.
ESTA DOENÇA PODE SER TRANSMITIDA PARA O HOMEM?
Sim. Apesar de até hoje não existirem evidências de que a E. canis possa ser transmitida para o homem, existem outras espécies de Ehrlichia que podem ser transmitidas, pelo carrapato, para os cães e para o homem. Os casos de Erliquiose humana vêm aumentando muito em países como os Estados Unidos. No Brasil, esta doença ainda é pouco diagnosticada em humanos.
Dra. Renata Riveli de Carvalho CRMV – SP. 22.311
Na web: http://www.rrdiagnosticovet.com.br
e-mail: rrdiagnosticovet@hotmail.com
Agradecimentos a Dra. Renata, que gentilmente cedeu o seu artigo para publicação neste blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
SEU COMENTÁRIO É IMPORTANTE PARA NÓS