terça-feira, 21 de dezembro de 2010

LUCY, AÇAÍ, PIPOCA, FLOR...E QUEM MAIS CHEGAR

Flor

Por Hilana Ubarana de Andrade

Sempre tive cachorros comprados, gostava de animais, mas por “imposições da vida” nunca pude tomar a resolução de pegar um animal de rua para criar...

Há poucos anos, já tomando a frente em minha casa, eu e minha filha começamos a ouvir um miado agudo vindo de um telhado vizinho...foi quando ela me pediu para, se conseguíssemos pegar, para ficar com o gatinho...Na hora fiquei meio sem saber o que fazer...eu só tinha minha cadela pastor belga que na época era uma verdadeira máquina de matar gatos, aqueles que se arriscavam a entrar em minha casa ela matava mesmo. Foi quando conseguimos pegar o filhote, ou melhor, a filhote...então, de um impulso disse que faríamos uma experiência, que se não desse certo iríamos procurar uma casa para ela...no começo foi difícil, confesso...minha cadela enlouquecia do outro lado da porta e a gatinha se arrepiava toda, sentindo medo de tudo e de todos...era muito,muito magrinha, pesava 300 gramas! A veterinária dizia que ela era “só orelha”...mas tudo na natureza tem seu tempo e Deus está no comando e Ele define o tempo de cada coisa...enfim, aos poucos uma foi se acostumando ao cheiro da outra, Vivi (essa era seu nome) começou a ficar mais a vontade em casa...Lucy (minha pastor) andava perto dela mas na coleira e quando olhava com mais fixação eu chamava sua atenção...e a coisa foi andando...no final de um ano, elas estavam tão acostumadas que onde Lucy ia Vivi ia atrás...ficavam dormindo próximas e isso nos deixou felizes..Mas precisamos no preparar para as tempestades nessa vida...e um dia, Vivi resolveu passear  numa casa da rua de trás (mesmo sendo castrada ela tinha esses impulsos). Acontece que lá tinham três cachorros que não sabiam da história de ela ser uma gata que gostava de cachorros...resultado...morreu nos braços de minha filha. 

 Açaí e Pipoca

Haviam passados poucos dias de sua morte, todo mundo estava triste em casa, minha filha chorava muito...foi quando vi num anúncio de classificados da Internet a foto de dois gatinhos a procura de um lar, ela toda branquinha de olhos azuis, ele pretinho pretinho...então pensei “ a gente gosta tanto de animal, tem tanto amor e dedicação para dar que não podemos passar o resto da vida chorando por Vivi e não fazer mais nada útil por outro animalzinho, não podemos deixar esse amor se perder...” foi quando fomos visitar os bebês e nos apaixonamos na hora. Seus nomes forma dados no mesmo dia, Açaí e Pipoca...eles têm personalidades bem diferentes mas são muito carinhosos...

 Lucy e Flor

Flor, bem filhotinha
 
Eu já achava que a “lotação” aqui de casa estava completa quando vi uma reportagem na TV onde uma senhora falava que resgatou uma cadela da rua, mas ela tinha tido filhotes e como ela já tinha muitos animais em casa não poderia ficar com eles. Olhei para Lucy que andava apática, cabisbaixa e não tive dúvida, fui na casa dessa senhora em busca de uma cadelinha para fazer companhia à minha pastor belga. Ela era pequena, toda pretinha, magrelinha, bem desengonçada...mas sua delicadeza me fez escolher seu nome “Flor”...se eu soubesse antes como ela seria em vez de Flor a chamaria de Pimenta porque pense numa cadelinha danada...mas é a alegria da casa. Quando penso em ficar mais brava por algo que ela destruiu ela pula no meu colo e se aconchega, pedindo carinho e eu imagino como pode pessoas passarem por animaizinhos assim na rua, com esse olhar, passando fome, doentes e não fazer absolutamente nada? Mas sei que depois a consciência de cada um vai exigir o pagamento de toda atitude que fizerem  então faço minha parte e peço a Deus todo dia que abençoe e ilumine muito o caminho de pessoas como as que tenho conhecido ultimamente que se doam completamente, sem exigir nada em troca, só por amor a um animal que nem conhece mas já ama...

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