terça-feira, 3 de maio de 2011

ADOÇÃO É A OPÇÃO DO AMOR: A HISTÓRIA DE MIO



 Por Camilla Freitas

O meu amor pelos bichos sempre me acompanhou por toda minha vida. Quando eu era criança, meu programa preferido era o extinto “TV Animal”. Meus pais sempre criaram cachorros e todos lá em casa eram apaixonados por eles. Mas os gatos... Bem, os gatos não eram bem vistos lá em casa. Cresci com a idéia de que gatos eram animais dissimulados, interesseiros e antipáticos, mas a minha concepção mudou quando comecei a vê-los em situações tristes em sites de adoção. Percebi, então, que eles não eram tão independentes e que sempre iriam precisar de muito amor, carinho e atenção. Eu e meu esposo comentamos um dia que adotaríamos um gato. A idéia ainda não tinha amadurecido, porém, a vida nos prega cada surpresa!
            
 Numa sexta-feira de fevereiro, mais precisamente no dia 25/02/11, estava eu saindo do trabalho mais tarde do que de costume. Na parada do ônibus, vi um pontinho preto e branco deitado no calçadão de Ponta Negra, que também é preto e branco! Pensei: “Meu Deus! É um gatinho...” Tinha muita gente na parada e ele estava quase sendo pisoteado. Eu já tinha visto muitos gatos por ali, mas todos adultos, donos da situação e conhecedor dos perigos que correm. Mas diante de mim estava um bebê! Eu nunca o tinha visto por ali. Alguns dias depois, soube que ele havia sido jogado de dentro de um saco, com outros irmãozinhos por alguém que dirigia um fusquinha.

    
Olhei para ele e disse: “Meu Deus, tão pequenininho, em tempo de ser pisado!” Me abaixei e passei a mão na cabecinha dele e perguntei se ele queria ir para casa comigo. Ele olhou para mim e disse: “Mio!”. Entendi que aquilo era um “sim”. Logo, surgiram pessoas para me encorajar a levá-lo para casa e tudo aconteceu sob direção Divina. Fui no ônibus com ele miando, mas nem o motorista nem o cobrador ouviu nada! Depois de um tempo, ele acabou por dormir dentro da minha bolsinha de papelão. Não fez xixi, nem cocô. Até que chegamos em casa. A princípio, achei que não fôssemos ficar com ele, apesar de toda a dificuldade para trazê-lo para casa. A minha falta de tempo, de estrutura, de experiência com gatos, a resistência do meu esposo do início de tudo, me desanimaram bastante. Até tentei doá-lo. A ofereci a um vizinho que tinha gato, mandei mensagem para o “Bichinhos precisam de lar”, mas sempre com um aperto no coração. Até chorava quando pensava em doá-lo. Ele precisava de mim eu e eu dele.
            
Alguns dias se passaram, veio o Carnaval e passamos todo o feriadão com ele. Aquela criaturinha só nos conquistava cada vez mais. Começamos a chamá-lo de Mio, devido o seu miadinho baixinho. Até que perdemos de vez a coragem em doá-lo. Meu esposo e eu nos apegamos demais a ele! Travessuras, ronronadas (nunca tinha ouvido falar nessa palavra antes de conhecê-lo), brincadeiras, tudo muito divertido! Responsabilidade também!
           
Finalmente, chegou o dia de levá-lo ao veterinário. Descobrimos, então, que sua idade era de apenas 2 meses. Além disso, descobrimos que Mio é uma menina! Como eu nunca tinha percebido aquelas coxinhas tão torneadas e aquele charme tão marcante nos olhos? Ainda bem que seu nome é unissex, pois sua cara já é Mio. Mio amor!
            
 Ela é simplesmente apaixonante, engraçada e linda! Estamos sempre rindo das suas traquinagens. Até quando está dormindo ela nos faz rir. Sem falar nos carinhos, esfregões, lambidas, patinhas no rosto, olhadas compriiiiiiiiiiiidas! Tudo acompanhado de ronronadas altas, como se ela estivesse sempre ansiosa em dizer que está muito feliz. E nos dá cada susto! Temos cada história para contar...

            
 Bem, esse é o meu depoimento. Tenho certeza que meu esposo assina embaixo! Espero que outras pessoas se sintam encorajadas a tomar a mesma iniciativa. Seja com gatos e/ou cachorros. Eles precisam de nós! Nunca esqueça: adotar é um gesto de amor.

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10 comentários:

  1. Parabéns camilex, adorei seu depoimento, não gosto de gatos, mas de cachorros tenho 3 e sei que com bichos em casa não tem lugar para tristeza nem solidão... Luciana Matias

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  2. Luciana, você nem se tocou que foi indelicada com Camila, ao afirmar que não gosta de gatos. Não gosta, ok, mas respeite. A intenção dela nesse texto, entre outras coisas, é justamente desmistificar essa raiva sem sentido que muitos nutrem por eles.

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  3. Parabéns Camila pela iniciativa.

    Eu já adotei 2 gatinhos, são um menino e uma menina, e eles são a alegria da casa e são fofinhos demais, penso em adotar um outro.

    Gorete

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  4. Tá na terra é bicho, então vamo todo mundo viver em harmonia!! Amo por demais todos os bichos e essa sua iniciativa foi Show! Parabéns viu.
    Queria eu ter espaço pra ter mais bichos lá em casa.

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  5. Marcelo, será que a Gorete não pode ficar temporariamente com aqueles gatinhos da Roberto Freire que te falei?

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  6. Camilla, não conheço Gorete. Quem é?

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  7. É a pessoa que fez um comentário acima, que pensa em adotar mais um gatinho. De repente, ela poderia oferecer um lar temporário para os irmãozinhos... Achei que você pudesse conhecer ou tivesse algum contato com ela...

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  8. Lindo depoimento. História pura de amor! Parabéns. Adorei, muito inpiradora. (Marcelo estou super em débito né?). Abraços sinceros a todos que vêm aqui e que fazem alguma coisa para tornar o mundo melhor para nós e os outros seres.
    Abraço, Sheyla.

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  9. Sheyla! Sheyla! Achei seu último e-mail na minha caixa de spam. Logo logo te respondo. Abração.

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