Este blog recebeu recentemente um e-mail, contando a situação comovente de um morador de rua, Rogério, que mesmo sem condições mínimas, dava conta de 11 cães de rua. O conteúdo do e-mail era o seguinte:
"Rogério é um morador de rua que vive numa carroça coberta com 10 cães, entre eles, alguns encontrados em condições extremas - espancados pelos antigos donos, jogados pela janela de um caminhão, doentes, abandonados e esfomeados, largados ao léu, amarrados em postes etc.
Vive de doações de ração, remédio e comida. Os cães são muito bem tratados, mas dependem do amor e do carinho que o Rogério tem por eles, e da caridade daqueles que o conhecem e admiram.
"Rogério é um morador de rua que vive numa carroça coberta com 10 cães, entre eles, alguns encontrados em condições extremas - espancados pelos antigos donos, jogados pela janela de um caminhão, doentes, abandonados e esfomeados, largados ao léu, amarrados em postes etc.
Vive de doações de ração, remédio e comida. Os cães são muito bem tratados, mas dependem do amor e do carinho que o Rogério tem por eles, e da caridade daqueles que o conhecem e admiram.
Ele fica próximo a pontos de ônibus na avenida Georges Corbusier, após a rua Jequitibás (região do Jabaquara, em São Paulo), os cães não atrapalham ninguém, são super-educados e simpáticos (todos castrado(a)s) e passam boa parte do dia dentro da carroça.
Ele é muito querido pelos comerciantes da região, mas o problema é durante a madrugada, quando bêbados no volante, e garotos usuários de droga na região, tem sido uma constante ameaça. Rogério já foi espancado por jovens drogados e chegaram a jogar álcool nele enquanto dormia com os cães dentro da carroça, por sorte não tiveram tempo de acender o fósforo, pois um dos cães latiu e o avisou do perigo.
Ele é um exemplo de como uma pessoa pode se doar. Alguém na condição dele, poderia ter escolhido outros caminhos, mas Rogério demonstrou coragem e decidiu perseverar. Além de ser uma pessoa de muito valor, faz caridade prá deixar muito bacana por aí no chinelo. Sua presença ilumina os lugares por onde passa, mas ele já está cansado e também não é mais tão jovem assim.
Assim, é diante de tudo isso peço que ajudem a divulgar esta história para que o Rogério possa conseguir uma oportunidade que lhe propicie melhores condições de moradia e de vida, em qualquer cidade, para que ele possa cuidar não somente dos seus, mas de outros tantos cães abandonados por esse Brasil, e que precisam de muitos cuidados e de carinho. Já lhe ofereceram abrigo, mas desde que os cães ficassem para trás, e o Rogério recusou, pois para ele, estes cães são como filhos; são sua familia.
Outro dia ele estava levando todos os cães para um pet shop para tomar banho - eram 11 cachorrinhos felizes – eram originalmente 10, mas agora apareceu mais um, um fox paulistinha que eu não conheci porque no momento que conversamos estava no banho. Ele disse que havia passado remédio contra pulgas nos cachorros, e que o tal remédio é meio melado, e então teve que dar banho em toda a tropa. Perguntei quanto ele iria gastar para dar banho em toda aquela tropa de cachorros, e ele, sorrindo como sempre, disse que a moça do pet shop o ajudava e não cobrava nada. Santa alma! Aí eu perguntei a ele – e você? Onde toma banho? E ele me respondeu que tomava banho no posto de gasolina da esquina, banho frio, gelado mesmo. Disse que como era nordestino, estava acostumado. "
Nosso blog procurou saber mais sobre o caso de Rogério, pesquisou na internet, e encontrou mais informações no blog da ONG ABEAC ( Associação Bem Estar Animal Amigos da Célia), que fez um apelo a todos para que ajudassem o morador de rua e seus cães. Reproduzimos aqui a postagem sobre o assunto:
Amigos,
É com muita tristeza e sensação de impotência que transmitimos esse e-mail para comunicar que infelizmente o resgate do Rogério não deu certo...
Peço desculpas, com coração partido e envergonhada por ter envolvido tantas pessoas que ajudaram o Rogério acreditando na Abeac.
Segue abaixo texto redigido pela Priscila explicando o que aconteceu.
Marli Scaramella
É com muita tristeza e sensação de impotência que transmitimos esse e-mail para comunicar que infelizmente o resgate do Rogério não deu certo...
Peço desculpas, com coração partido e envergonhada por ter envolvido tantas pessoas que ajudaram o Rogério acreditando na Abeac.
Segue abaixo texto redigido pela Priscila explicando o que aconteceu.
Marli Scaramella
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“A todas as pessoas que por bondade e amor aos animais e esperança por um mundo melhor doaram: seu tempo, sua dedicação, seus pertences (roupas, objetos, utensílios, entre outros), seu dinheiro.”
É com muito respeito que agradeço a todos por sua dedicação em ajudar a esta causa que nós abraçamos com amor e esperança que foi a do Rogério.
Nós realmente acreditávamos na pessoa deste moço que demonstrou seu imenso amor pelos seus cães, todos saudáveis e muito dóceis.
Presenciei como também já conversei com muitas pessoas que também presenciaram atitudes de amor e sacrifício em prol dos cães.
Entretanto, queremos comunicar que o nosso trabalho que partiu de mim, Priscila, de amigos como Marcelo, Daniela, Totó, Fernando e que nos levou a Marli (ABEAC) pessoa que abriu seu coração e as portas da Associação por esta causa, todos amantes dos nossos amigos peludos e dispostos a mudar mesmo que um pouco este cenário de sofrimento que convivemos e vemos todos os dias pelas ruas e pelas calçadas, infelizmente não teve um final feliz e tão esperado por todos que de alguma forma se envolveram nesta causa.
Dia 26/07/2010 – Levamos os cães do Rogério às pressas para a ABEAC pelo risco eminente de vida do Rogério e seus cães que inclusive, uma semana antes sofreu a perda do Trovão um de seus cães esfaqueado na carroça.
Dia 02/08/2010 – Levamos o Rogério para a ABEAC, sendo que a semana que antecedeu esta data, ele dormiu todos os dias em hotel. No mesmo dia ele iniciou suas atividades na ABEAC e se uniu aos seus 10 cães.
Dia 07/08/2010 – Fizemos a mudança do Rogério para a ABEAC, foram levados na mudança: Mobílias, eletrodomésticos e eletrônicos, utensílios de cozinha, cama, colchão, a Carroça coberta, mantimentos, roupas, pertences pessoais, entre outros. Fizemos uma força tarefa e ficamos lá todo o dia limpando e montando toda a sua nova residência.
Dia 15/08/2010 – Retorno do Rogério às ruas de São Paulo, juntamente com a sua carroça e pertences.
É com muito respeito que agradeço a todos por sua dedicação em ajudar a esta causa que nós abraçamos com amor e esperança que foi a do Rogério.
Nós realmente acreditávamos na pessoa deste moço que demonstrou seu imenso amor pelos seus cães, todos saudáveis e muito dóceis.
Presenciei como também já conversei com muitas pessoas que também presenciaram atitudes de amor e sacrifício em prol dos cães.
Entretanto, queremos comunicar que o nosso trabalho que partiu de mim, Priscila, de amigos como Marcelo, Daniela, Totó, Fernando e que nos levou a Marli (ABEAC) pessoa que abriu seu coração e as portas da Associação por esta causa, todos amantes dos nossos amigos peludos e dispostos a mudar mesmo que um pouco este cenário de sofrimento que convivemos e vemos todos os dias pelas ruas e pelas calçadas, infelizmente não teve um final feliz e tão esperado por todos que de alguma forma se envolveram nesta causa.
Dia 26/07/2010 – Levamos os cães do Rogério às pressas para a ABEAC pelo risco eminente de vida do Rogério e seus cães que inclusive, uma semana antes sofreu a perda do Trovão um de seus cães esfaqueado na carroça.
Dia 02/08/2010 – Levamos o Rogério para a ABEAC, sendo que a semana que antecedeu esta data, ele dormiu todos os dias em hotel. No mesmo dia ele iniciou suas atividades na ABEAC e se uniu aos seus 10 cães.
Dia 07/08/2010 – Fizemos a mudança do Rogério para a ABEAC, foram levados na mudança: Mobílias, eletrodomésticos e eletrônicos, utensílios de cozinha, cama, colchão, a Carroça coberta, mantimentos, roupas, pertences pessoais, entre outros. Fizemos uma força tarefa e ficamos lá todo o dia limpando e montando toda a sua nova residência.
Dia 15/08/2010 – Retorno do Rogério às ruas de São Paulo, juntamente com a sua carroça e pertences.
Devido problemas de alcoolismo o Rogério passou a semana consumindo álcool nos horários de almoço, depois soubemos que até chegou a trocar algumas doações por bebida e no dia 14/08/2010 sábado ele foi ao bar após o expediente e bebeu mais uma vez arrumando briga com os morados da região, usando xingamentos e demonstrando total descontrole emocional, os rapazes iam dar uma surra nele, mas por sorte o encarregado da ABEAC, desconfiado, foi atrás dele no bar e intercedeu, caso contrário o Rogério poderia estar no hospital uma hora destas, então o Danilo (encarregado) mandou que ele voltasse para casa, ele foi e voltou novamente para o bar pra tirar mais satisfação, foi quando ele começou a ameaçar à todos e empurrar o encarregado que tentava acalmá-lo, neste momento os rapazes estavam em frente a ABEAC querendo ainda bater no Rogério que provocava ainda mais e começou a ameaçar à todos.
Como na ABEAC moram duas famílias com crianças pequenas, não foi permitido que ele retornasse para lá e também devido colocar em risco a segurança de todos os mais de 300 cães que vivem na Associação.
Não seria possível trazer tamanha inimizade e raiva dos moradores locais para dentro dos portões.
O Rogério é alcoólatra, porém sempre bebeu a noite então sempre que íamos vê-lo ele não estava mais sob efeito, uma única vez em mais de 1 ano eu presenciei ele alcoolizado.
Agora nós entendemos porque realmente ele apanhava tanto na rua, porque ele era atropelado, porque era ameaçado de morte, levando nos últimos meses um de seus cães a ser esfaqueado e sobreviver e outro que pelo mesmo motivo não resistiu e morreu.
Ele implorava ajuda nos últimos tempos, pedia para arrumar um emprego pra ele, qualquer oportunidade de sair de lá mesmo sem salário, pediu para tirar seus cães de lá que a vida dele não importava mais, ele pediu ajuda, então eu pensei, ele quer ser ajudado, então agora fica mais fácil tirá-lo finalmente desta condição.
Acreditamos que agora havia acendido nele uma vontade verdadeira de sair das ruas e mudar o curso da sua vida.
Mas o vício o álcool e sua vivência de mais de 40 anos nas ruas foi mais forte do que imaginávamos e realmente gostaríamos.
Com tudo isto nós escolhemos a segurança dos nossos amigos cães, que possuem este amor incondicional que não enxerga cor, credo, riqueza ou pobreza, eles simplesmente estão lá com os seus rabos abanando pedindo para serem amados e para amar incondicionalmente, trocam um prato de comida por carinho e comem com voracidade quando estão ao lado de quem amam.
E sabendo de tudo isto também é que decidimos juntamente com a Marli que os cães permanecerão na associação, pois não precisam sofrer as conseqüências de atitudes irracionais que o homem ainda hoje teima em ter.
Pedimos à todos que colaboraram que por favor dêem sua opinião sobre o que acham que deve ser feito com as doações:
1º Devolvidas aos seus proprietário (para os utensílios grandes),
2º Revertido em benefício dos cães ou
3º Entregues ao Rogério.
Priscila - priscilatiyomi@uol.com.br
Saiba mais:
O vício é triste! É uma pena q uma pessoa q resgata a dignidade dos peludos n aceita ter sua própria dignidade resgatada. Na minha opinião tudo q foi doado em prol da causa deverá ser revertido em prol dos animais.
ResponderExcluirO alcoolismo, assim como o crack são os maiores causadores de muito mal na nossa sociedade e nada tem sido feito efetivamente pelos governos para ajudar a essas pessoas. Infelizmente. Lamento tudo o que aconteceu, mas ficam as boas lições e creio que o dinheiro deva ser encaminhado para beneficiar os animais é essa a minha sugestão.
ResponderExcluirse esse cara ajudou tanto os animais, é agora ele quem precisa de ajuda; o alcoolismo é uma doença, ele não deve ser condenado nem visto como má pessoa pq bebe; alguém q mora na rua e não tem esperança de dias melhores é vítima fácil desse mal; ele precisa de tratamento; q é uma boa pessoa ele já provou
ResponderExcluirNa minha opinião, vcs devem usar o dinheiro para tratar Rogério, interná-lo numa clínica e gastar o dinheiro assim, pois os cachorros são dele, devem estar sentindo a sua falta, assim como a minha cadelinha fica o dia à minha espera, quando eu saio, os cachorros dele devem estar do mesmo jeito, esperando o dono para levá-lo pra casa
ResponderExcluirSou de opinião identica aos 2 últimos.
ResponderExcluirO Rogerio precisa de ajuda urgente
Os cães estão a espera dele
ele não tem culpa de ter o vício
isso é mais forte do que a própria vontade
ele já provou sua boa indole e sua força.
mas a queda é fatal quando não se tem ajuda e não se é valorizado. Tanto ele quanto os caes precisam de ajuda. Ele depende dos cães para se sentir realizado e os cães ficam a espera dele
assim como naquele filme com o relato da vida real sobre o cachorro que ficou no japão durante mais de 10 anos esperando o professor descer do trem................mas o professor havia morrido. HOje lá, no local, tem a estatua do cachorro...................
É UMA VIDA DIFICIL ..............
OLGA
SJDO RIO PRETO SP
florynda@ig.com.br
Penso da mesma maneira: o alcoolismo é uma doença , e o Rogério, vitma desta, que leva a pessoa ao fundo do poço.É um homem de boa alma, e precisa de tratamento!
ResponderExcluirOs recursos poderiam ser direcionados para o tratamneto do Rogério !
e sim , seus cães devem estar sentindo muito a sua falta (eles não entendem o que aconteceu)...e por mais bem tratados e protegidos que estejam no abrigo, devem sentir falta do carinho, do toque de seu dono...para eles, separados do seu dono e protetor, a sensação deve ser a de abandono !
Tratamento pra o Rogério e seus cães de volta!
É a minha opnião...
Ana
anaacarla2hotmail.com