Vida, preocupada com a inflação
Nosso blog pediu a alguns amigos que relatassem suas experiências após terem adotados animais que foram das ruas. No primeiro depoimento conhecemos a historinha de Kalu e Fubika. Agora é a vez de Vida, filhinha de Kalu.
Por Lilah Mafra
Queria poder escrever sobre cada "quiança" que tem na minha casa, mas aí ficaria muito gigante e algumas pessoas não teriam paciência de ler até o final. Quem nunca adotou, não tem idéia do amor que a gente acaba sentindo por eles, acho até que seja o famoso "amor de mãe". Desde sempre adotamos essas coisinhas doidas, nunca tivemos problemas com adaptação nem outras coisas, foi sempre tudo muito fácil, mas teve uma que quase me enlouqueceu, tudo começou na primeira vez em que fomos passear depois de termos decidido que Vida moraria comigo. Assim que saímos para passear e andamos uns 10 minutos, Vida se assustou com um gato (daí você tira a fera que ela é) e se soltou da coleira correndo desesperadamente pra clínica onde ela havia morado. Nessa hora provavelmente o anjo da guarda dela subiu nas costas dela, porque ela atravessou 3 ruas movimentadas de carro e nada aconteceu. Só o meu quase primeiro enfarte. Daí em diante foram controles remotos, celulares, telefone, travesseiros, bolsas, baldes e etc. que Dona Vida conseguiu destruir. Cada vez que eu saía de casa, ficava desesperada só em pensar no que [não] encontraria ao chegar em casa, e conversava demais sozinha pedindo a sabe-se lá quem, que essa fase dela passasse logo, porque eu já não estava aguentando mais a fase destruidora. Depois de 3,4 meses finalmente essa fase passou e Vida virou uma lady, uma lady muito ciumenta, se alguém respirar um pouco mais forte perto de mim, ela vai pra cima - sei que é errado, mas eu acho isso o máximo - ganhei não só uma filha, mas uma segurança particular.
O mais engraçado é que ela não é considerada uma cadela linda, aqueles cachorros que assim que você vê, quer logo passar a mão e sair pra passear pra exibir, mas Vida tem um olhar que fez com que eu me apaixonasse assim que bati os olhos nela, e olha que eu não tinha a intenção de adotá-la, era só pra ajudar a passear com ela enquanto ela não conseguisse um dono. Mas aí inventamos de passear e ela se exibiu tanto, me olhava tanto, mas tanto, que não resisti. Vida tem um olhar único, capaz de desarmar qualquer ser humano. Uma coisa eu posso garantir: ela sofreu quando morava na rua, e não foi pouco, e infelizmente ela tem umas cicatrizes no corpo que comprova isso. Se alguém aqui levantar uma sandália ou fizer um movimento mais brusco, Vida se encolhe achando que vai apanhar, mas em momento algum desde que chegou, ela foi violenta com quem não tivesse provocado ou merecido. Ela é uma cadela extremamente carinhosa, manhosa, desengonçada e uma super-irmã. Amo muitos meus outros filhos, mas se esse negócio de alma gêmea realmente existir, Vida é a minha.
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Que bom saber noticias da família! A Kalu adorou saber que a sua filhota está vivendo como uma princesinha. Abs
ResponderExcluirAté hoje lembro de Lilah se oferecendo pra levar Vida pra passear, pois estava com pena da bichinha presa em um canil de uma clínica veterinária há meses, sem que ninguém demonstrasse interesse.
ResponderExcluirComo torcemos para que Vida a conquistasse durante o passeio! Botei a maior fé, conversei com Vida dando todas as instruções, mandei ela se comportar (essa parte ela não obedeceu) e não é que os olhinhos doces da mocinha conseguiram isso já no primeiro encontro?
Lilah já havia adotado com a gente um cãozinho chamado Marrom, e por isso sabia que Vida teria a vida que pediu à Deus, e todo o amor do mundo pra compensar os muitos momentos ruins que ela já havia passado.
Hoje tenho muito orgulho de ter feito parte deste encontro tão especial.
Sejam muito felizes, meninas!
Fico muito feliz por a família estar quase toda muito bem arranjada, Kalu com Fernanda, Pipoca com Taise, e em breve o Vidolino com a família nova dele... Não tem uma noite - é minha hora de admirar Vida - sequer que eu olhe pra ela e não agradeça(e é verdade, toda noite) a Cris e Marcelo por terem me dado essa bambina! Como já falei mil vezes, tenho muito orgulho de ter vocês como amigos!
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