terça-feira, 13 de dezembro de 2011

HISTÓRIAS DE ADOÇÃO: NINA, MINHA RAPOSINHA MAGRICELA.



 Por Ingrid Garcia

Histórias de amor são fáceis de escrever, mas não sei por onde começar quando se trata do amor que sinto pela Nina. Há alguns meses atrás, após 23 anos morando com meus pais, decidi bater asas, procurar um lugar que fosse só meu. No começo foram mil maravilhas, tinha uma casa pra chamar de minha, onde as coisas estavam sempre onde eu tinha deixado, não brigava porque tinham mexido em minhas coisas, ou porque quebraram isso ou aquilo. Na mesma época em que me mudei, parecia que tudo conspirava ao meu favor e acabei encontrando o emprego dos meus sonhos, por causa dele trabalhava o dia inteiro e só chegava em casa ao final da tarde.

Depois de um certo tempo nessa rotina, morar sozinha, e estar sempre só começou a me parecer a pior das situações. Tem horas que a única coisa que você quer é chegar na sua casa e ter alguém te esperando.
  
Pois bem, iniciei então um levantamento de possibilidades para comprar um bichinho, isso mesmo comprar. Nem passava pela minha cabeça essa história de adotar, na minha cabeça preconceituosa colocar um animal dentro de casa do qual você nem sabe de onde veio, seria o mesmo que dormir e quando acordar ele ter comido sua casa ou um braço seu. Ridículo, eu sei.

 Sempre tive um coração bondoso, também sei disso. Mas adotar bichinhos de rua ainda era um obstáculo a ser vencido. Procura vai, procura vem, pesquisa preço dali, olha cachorrinho daqui, que raça eu quero, qual a cor, peludinho, pequeno, fêmea, macho... Até que um dia vi o link desse blog aqui, cliquei, só por curiosidade. Queria saber como funcionava essa história de pegar cachorrinhos na rua e levar pra casa, apesar de tudo sempre me partiu o coração vê-los por muitas vezes em estados de saúde tão debilitado, e na minha cabeça nada poder fazer.

Entrei no site, e comecei a olhar fotos, depoimentos, comentários de pessoas, e aquilo foi mexendo comigo de uma forma que sinceramente, não sei explicar. Vi alguns depoimentos que cai no choro, aqui mesmo onde trabalho. Li muito sobre a gratidão dos animais adotados, sobre a devoção, o carinho, o respeito e aquilo tudo foi me despertando uma vontade de não mais comprar, não via mais sentido em pagar por um animal que provavelmente não faltaria futuros donos - afinal quem não se apaixona por filhotinhos de raça? - Eu só enxergava a necessidade que alguns bichinhos tinham de conseguir um lar, e na mesma hora decidi que era isso que eu iria fazer, levar um deles pra casa. Mas qual? Quem era eu para decidir qual deles merecia ganhar um lar primeiro? Tantas histórias, tanta dor, uns tão pequenos que eu não sabia como tinham suportado um sofrimento tão grande.

Até o momento em que bati os olhos na foto daquela magricela com cor de caramelo, que tinha rabo de raposa e uma carinha de quem carregava o peso do mundo nas costas. Foi amor, amor a primeira vista. Tenho vontade de chorar, porque me falta muitas palavras para descrever o que eu sinto quando me lembro do momento que vi a foto da minha princesa pela primeira vez. Fiz contato com a até então responsável da Nina, a  Crys Dorneles, trocamos e-mails, telefone, preenchi formulários e chegou o dia de buscar a minha pequena no hospital. Após quase um mês internada, acho que ela merecia ir pra casa nova o mais rápido possível. Hoje, dia 07 de Dezembro de 2011, fazem 9 dias que a Nina está comigo.

Minhas coisas quando eu chego em casa não estão mais no mesmo lugar, a Nina comeu até o meu controle remoto. Hoje faço compras em pet shop, babo por coleirinhas coloridas, ossinhos em formatos mais engraçados do mundo. Divirto-me a cada dia com uma carinha nova, uma expressão engraçada que a Nina fez. Limpo xixi, cato cocô, levo para passear, o tempo que tenho livre é todo dela. Compro biscoitinhos, cato meias pelo meio da casa, tudo isso com muito amor e paciência. Mas o principal, a melhor parte, é quando eu chego em casa, hoje eu tenho a minha Magricela, a minha raposa, a minha princesa, a minha linda me esperando.

E hoje eu tenho alguém por mim, e eu muito mais por ela. Entendi perfeitamente o significado das palavras gratidão, devoção e amor por quem te deu a mão. Meu aniversário é amanhã, dia 08, a Nina foi o melhor presente que o mundo podia me dar.


No Brasil existem milhões de animais abandonados, não faz sentido comprar um. Adoção é a opção do amor!

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2 comentários:

  1. Assumo, eu comprei a minha cocker, mas a história de amor foi parecida. Pensava em fazer meus pais aceitarem um cachorro desde os meus 5 anos. Quis até adotar uma cadela de rua que já tinha uma "dona", a Branquinha, um amor. Uma senhora dava comida para ela mas não deixava dormir em casa, minha avó morava perto e Branquinha começou a segui-la até lá em casa, eu tinha uns 8 anos. até meus 10 anos ela era minha amiga quando eu andava pela região. Quando viam que ela me seguia tinha gente que dizia: Esse cachorro tá lhe incomodando? Eu dizia: Não, ela é minha amiga.
    Não passou muito tempo os vizinhos deram "bola" e ela morreu na porta da casa da "dona". Passei algum tempo chorando e amaldiçoando essas criaturas sem coração.
    Meus pais diziam que cachorro de rua não se acostuma em casa. Então nada de bicho.
    Minha mãe chegou a me dar dois periquitos (uma aluna dela tinha dado)e comprou outro, procriaram e chegou o momento que tinha 16 periquitos na mesma gaiola (passavam parte do dia brincando soltos no chão e depois voltavam pra gaiola), contanto que não criasse um cão.
    Somente uns 8 anos atrás foi que o mundo conspirou para que eu encontrasse minha linda. Primeiro conheci a tia dela, uma cocker preta que vivia no portão de uma casa no meio do caminho até a padaria. Quando a vi não aguentei e dei um sorriso e ela viu, outro dia fiz fiu fiu e ela balançou o rabinho, no 3° dia ela estava com a dona, fiz um elogio e simplesmente fiquei amiga das duas. Ela se chamava Mel e começou a demonstrar um carinho louco por mim. A dona parecia com ciúmes, mas mesmo assim me ofereceu uma sobrinha já com uns 9 meses. Foi de súbito minha vontade, mas com a mesma intensidade foi o não dos meus pais. Comecei a amolecer o coração da minha mãe, ela conheceu a doçura de Mel e alguns meses depois fui atrás da segunda ninhada. Lá encontrei minha linda e ela me encontrou e não nos largamos mais. Dá pra entender porque eu a comprei né?!

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  2. Linda a história da Ingrid. Seria tão bom que outras pessoas também abrissem o coração e jogassem fora o preconceito com esses bichinhos e com aqueles que os defende... Parabéns pela iniciativa, Ingrid! Realmente, só quem tem esses anjinhos consigo é que conhece essa felicidade.

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